(Basílica de Saint Denis - Paris)
Saint Denis (ou São Dionísio) é um santo e mártir cristão. No século III ele foi Bispo (talvez o primeiro) de Paris e ficou conhecido posteriormente como Patrono de Paris.
Seu martírio se deu em aproximadamente 250 DC e foi assim, segundo a lenda: Foi condenado à morte por decapitação pelos sacerdotes pagãos. Foi decapitado no monte mais alto de Paris (Montmartre - monte dos mártires), onde dizem existia um local de adoração pagão. De acordo com a lenda, depois de ser decapitado, Saint Denis abaixou-se, pegou sua própria cabeça e saiu andando, por 2 milhas, pregando o evangelho ao longo de todo o caminho... No lugar onde parou e, de fato, morreu, foi erguido um pequeno santuário que, mais tarde, virou a Basílica de Saint Denis (Rue d´Alesia metro: Saint-Denis-Porte de Paris), que acabou se tornando o lugar onde estão sepultados os reis da França.
No Pantheon em Paris à esquerda de quem entra tem um mural gigante mostrando a cena descrita acima.
(O martírio de Saint Denis - Pantheon)
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Pois é, ando mesmo inspirada para o amor... tanto que conto hoje uma das histórias de amor que mais me tocaram... mês passado em Paris, visitamos alguns locais que marcaram a vida desse casal fascinante. Adoro passear por lugares sabendo o que aconteceu ali. De certa forma é uma maneira de vivenciar uma história, como voltar no tempo, ainda que na imaginação. Espero que curtam tanto quanto eu!
Abelardo e Heloísa são um dos mais célebres casais de todos os tempos, conhecidos pelo romance que mantiveram e também pela tragédia que os separou. Um amor medieval que se eternizou...
O romance teve início em Paris quando Abelardo, um renomado professor e filósofo, considerado um dos maiores pensadores do século 12, viu em Heloísa qualidades que não havia encontrado antes em nenhuma outra mulher. Ela era excepcional tanto em beleza quanto em inteligência e muito apreciava os debates filosóficos acalorados. Sobrinha do Cônego Fulberg, Heloísa era fluente em Latin, Grego e Hebreu e seu tio era obcecado com a idéia de prover à menina a melhor educação disponível na ocasião. Além do que, estava na flor da idade, com apenas 17 anos.
Enamorado, Abelardo sugere a Fulberg, que era grande admirador do professor e filósofo, viver com eles e, assim, daria continuidade à educação de Heloísa sob a supervisão do tio. Como diz minha vó, quando se junta a estopa e a gasolina, vem o diabo e assopra... pois não tardou nada para que o romance florecesse e explodisse em paixão. Porém, naquela época, os mestres educadores deveriam ser castos e, além do que, Abelardo infringiu a mais básica lei da hospitalidade, desrespeitando sobremaneira a honra de seu anfitrião.
Curiosodades:
- A principal obra de Abelardo chama-se Dialética e foi a obra de lógica mais influente até o final do século XIII em Roma, onde foi usada como manual escolar, já que a lógica era ministrada como parte do curriculum, fornecendo aos estudantes os argumentos e armas para às disputas metafísicas e teológicas.
- De 1113 a 1118 Abelardo lecionou na escola catedral de Paris. A agitação doutrinal provocada por Abelardo, repercutiu-se, também, no modo de ensino que sofreu completa revolução. Romperam-se as formas de ensino da velha escola platônica, criando-se o embrião do que viria a ser o ensino universitário, inteiramente diferente do das escolas locais existentes.
- Heloísa e Abelardo nunca deixaram de se amar. Anos mais tarde Abelardo construiu uma escola-mosteiro perto de Heloísa. Viam-se diariamente, mas não se falavam, apenas trocavam cartas.
- Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa mandou construir uma sepultura em sua homenagem. Em 1162 morre Heloísa e a seu pedido, foi sepultada ao lado de Abelardo.
- Em 1817 os restos mortais dos dois amantes foram levados para o cemitério do Padre Lachaise por ordem de Josephine Bonaparte. Dizem que quem está solteiro deve levar flores e colocá-las nas mãos de Heloísa, para que encontre seu verdadeiro amor.
(Túmulo de Abelardo e Heloísa)
- O filme Em Nome de Deus (Stealing Heaven) , lançado em 1988, conta a história dos dois amantes, do Diretor Clive Donner
- Quai aux fleurs, 9 – Ile de la Cite – Paris é o endereço onde moraram, na casa de Fulberg. Bem pertinho da Notre-Dame.
"É certo que quanto maior é a
causa da dor, maior se faz
a necessidade de para ela
encontrar consolo, e este
ninguém pode me dar, além de ti.
Tu és a causa de minha pena,
e só tu podes me proporcionar conforto.
Só tu tens o poder de me entristecer,
de me fazer feliz ou trazer consolo."
( Trecho de uma das Cartas de Heloísa)
Não é lindo esse romance que sobreviveu apesar de toda tristeza e separação? Um amor verdadeiro não se desfaz com o tempo nem com a distância. Fica assim, marcado na eternidade.
Santa Joana d´Arc
Escrevo esse post em homenagem à Rebeca, do site Néctar da Flor, cuja mãe se chamava Joana d´Arc, conforme ela mesma contou em um de seus carinhosos comentários aqui no blog...
O nome Normandia tem origem nos viquingues, homens do norte, que subiram o rio Sena no século IX. Saqueadores que viraram colonos, eles construíram sua capital em Rouen. A cidade é conhecida como o lugar onde Joana d’Arc, a Donzela de Orleans, foi queimada em 1431, na Place du Vieux-Marché. Hoje, existe ali a igreja de Ste-Jeanne-d’Arc. Um prédio moderno, de estilo nórdico, onde pode-se encontrar os vitrais da antiga igreja de Saint-Vicente, destruída durante os bombardeios da segunda guerra mundial.
A Cruz enorme atrás da igreja marca o local onde a Santa foi queimada na foegueira.
(Interior da Igreja Joana d´Arc)
(Notre Dame de Rouen - Monet)
(Túmulo de Ricardo Coração de Leão)
As ruelas tortuosas que levam até a Place du Vieux-Marché são repletas de casinhas estilo normando, com madeirame à vista. Além do que, lojinhas diversas, inclusive de flores e comidinhas enfeitam todo o caminho.
(Place du Vieux-Marché)
Outros pontos de interesse são a rua do Relógio, o Museu Joana d´Arc, a Igreja St-Maclou e o museu de belas-artes, que inclui obras de Caravaggio e Velásquez, entre outros, inclusive a Catedral de Rouen, de Monet.
Em seu julgamento Joana d'Arc afirmou que desde os 13 anos ouvia vozes divinas. Segundo ela, a primeira vez que escutou a voz, ela vinha da direção da igreja e acompanhada de claridade e uma sensação de medo. Dizia que as vezes não as entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as mensagens que ela entendeu estavam conselhos para frequentar a igreja, que deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de Orléans. Posteriormente ela identificaria as vozes como sendo do arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida.
O arcanjo São Miguel é o líder dos exércitos celestiais. Santa Catarina é definida as vezes como uma figura apócrifa a cavalo dos séculos III e IV que morreu com uma idade similar à de Joana; também erudita (patrona de muitas especialidades intelectuais), persuadiu o imperador Maximiliano II que deixasse de perseguir os cristãos. Foi condenada a morrer na roda (um sistema de tortura que fraturava os ossos). A lenda de Margarida diz que ela foi uma mulher depreciada pela sua fé católica ao que lhe ofereceram matrimônio em troca da renúncia a esta fé. Ante sua negação, foi torturada escapando milagrosamente diversas vezes, até sua morte definitiva. Assim morreu virgem e mártir.
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